A nossa personagem de hoje se chama Ana Cristina, professora há quase três anos em uma escola da rede municipal situada no Complexo do Alemão. Ela nos falou sobre sua experiência como docente de português e da sua vivência como discente do curso de licenciatura em Letras Português-Alemão na Uerj.
Ana estudou em um colégio particular de Campo Grande o que hoje chamamos de primeiro ciclo, e afirma que por causa de seu comportamento anti-social, houve um momento em que a direção da escola negou a renovação da sua matrícula, o que motivou seu pais a porem em um colégio de freiras, e é dessa experiência é que guarda a imagem de um objeto marcante à sua trajetória escolar, a régua de madeira que as madres usavam para reprimir o excesso das pupilas, com batidas em suas cabeças.
Diz ter sofrido muito nos primeiros dois anos e que depois disso se retraiu, o que contribuiu para que se tornasse uam criança tímida e retraída; mas no ensino médio isso mudou, quando confrontada a sua nova turma de uma escola pública estadual pode melhorar sua convivência, sendo que abandonou a formação normal quando teve que fazer estágio com as crianças pequenas.
Quando a mesma cogitou em cursar a faculdade pensava em atuar na área de tradução, diz ter feito a licenciatura obrigada, mas que ao longo do curso percebeu que o mercado era muito rstrito, e por influência direta de sua família, que é composta de funcionários públicos, tentou o concuros do magistério do município do Rio de Janeiro, passou antes de estar formada e assim que se graduou começou efetivamente na profissão, se dizendo uma pessoa acomodada, confirmou enfaticamente que ela somente "está" professora, mas já cursa uam segunda faculdade e pretende concorrer a outros cargos públicos.
Como não gosta do que faz, procura agir profissioalmente e tentar tudo o que é possível dentro de turmas compostas por alunos com sérios problemas de defasagem, e afirma que seu posicionamento perante a profissão não é por causa do salário, e implicxitamente em sua fala, quando faz menção a outras professoras, aparece a suposição da "vocação docente".
Segundo ela sua atuação é muito restrita também, por hoje em dia o professor não ter mais autoridade em sala de aual, ela vê um processo de desvalorização social da profissão, além de que muitas vezes precisa se submeter a desmandos violentos de alunos, por isso sua posição é a de tentar levar o aluno problemático "no bico", através do diálogo, assim, busca restringir suas turmas a aquelas de idade máxima 10 ou 11 anos, já que sabe que a partir dessa idade uma construção argumentativa possui bem menos efeito. Ela relata inclusive essa transição na mentalidade das crianças, que quando chegam do primeiro ciclo ainda nos primeiros meses a chamam de tia, mas depois cria se uma espécie de constrangimento pela passagem ao segundo seguimento que vai limitando até a total eliminação esse tipo de atitude.
A entrevistada criticou frimemente o ensino pedagógico da Uerj, que segundo ela aobriga a uma vivência no Cap-Uerj, um colégio que difere bastante do resto da realidade pública brasileira, além do conteúdo das aulas, que também não correspondem a realidade nacional.
Assim, afirma ter aprendido seu método didático na própria sala de aula, onde descobriu pequenas artimanhas na convivência com os alunos, como chamar a atenção ou pedir sîlêncio; além da necessidade de adaptar os conteúdos indicados para o contexto do real nível de acúmulo de conhecimento de seus alunos. Por fim é importante afirmar que o que mais a emociona na profissão é ajudar o aluno que está comprometido verdadeiramente em aprender.